Creio que do ponto de vista teológico a ideia da morte de Maria, mãe de Jesus, não encontra obstáculo. Há a ausência do facto histórico da sua morte, ou a inexistência de evidência que a comprove. Daí que a Igreja Católica festeje a Assunção de Nossa Senhora aos Céus, em corpo e alma, mas trasmute a sua morte numa dormência, deixando em aberto o saber se a sua subida aos Céus se deu ainda em vida ou depois disso.
De entre os dogmas inerentes ao culto mariano - a Perpétua Virgindade, a sua Imaculada Conceição, o ser Mãe de Deus - a Assunção de Maria foi entronizado em 1950 pelo Papa Pio XII, por decreto, o mesmo da Infalibilidade Papal. Segundo o seu texto:
« (...) declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial (...) pelo que, se alguém, o que Deus não permita, ousar, voluntariamente, negar ou pôr em dúvida esta nossa definição, saiba que naufraga na fé divina e católica.
Princípio autoritário foi imposto sub poena: «a ninguém, pois, seja lícito infringir esta nossa declaração, proclamação e definição, ou temerariamente opor-se-lhe e contrariá-la. Se alguém presumir intentá-lo, saiba que incorre na indignação de Deus onipotente e dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo».