23/08/2008

Leva-me para ao pé de ti

Olhou, através da densa névoa da dormência, os olhos baços, a cara um mar de rugas, a boca mirrada, desdentada. Confundiu o filho com o marido, já morto. Num murmúrio, numa súplica, pediu-lhe «leva-me lá para cima, para ao pé de ti». Cá fora, um neto olhava-a, pequeno demais para poder estar mais tempo, pouco tempo, cada vez menos tempo.