02/09/2007

O Nada e o Ser

Anda um halo de morte pela imprensa portuguesa. Hoje dei conta de que no «Actual» e a propósito da literatura se destacam as mortes do Eduardo Prado Coelho, do Alberto de Lacerda, do Richard Cook, do Francisco Umbral. Nas suas memórias o Hermano Saraiva dava-nos conta de como aprendeu a amar a morte, vindo de ambulância, do Hospital de Setúbal.
No «Jornal de Letras» Eduardo Lourenço é chamado à primeira página com um seu estudo de duas páginas sobre «A Morte». Nele, convocando Unamuno e Schopenhauer, Lourenço tenta mostrar que a reflexão sobre a morte começou só com este último ícone do pessimismo alemão.
Felizmente não! O Homem começou a pensar na morte no dia em que descobriu a vida. Iludiu-se pensando que só esta era provisória. Hoje vive a expectativa do retorno.
Parménides de Eléia, que viveu há quinhentos antes de Cristo, um dia sabia que «o que está fora do Ser não é Ser; o Não-Ser é nada; o Ser, portanto, é Um».